Hoje vamos falar sobre um tema que gera muita dúvida e discussão: mesada para os filhos. Devemos dar ou não? Um assunto muito controverso, mas de grande aprendizado. Fiquem até o final do artigo e tirem as suas conclusões!
Muitos pais me perguntam: “Evandro, mesada é boa ou ruim? Como devo fazer?”
Uma observação: não existe uma resposta correta, pois depende de diversos fatores, principalmente da educação na casa de cada um de vocês. Mas o que vamos recomendar é um meio termo entre as opiniões que existem e os benefícios.
E por que é importante ensinar a educação financeira desde pequeno em casa?
A pesquisa “Estresse Financeiro do Brasileiro”, realizada pela Onze, empresa de previdência privada digital com 1.535 pessoas com emprego formal, revela que a maioria delas, 71%, considera que problemas financeiros são a principal fonte de preocupação. Em seguida, vêm os temas saúde, família, trabalho, violência e política.
O levantamento mostra que, entre as pessoas que apontam a situação financeira como maior problema, 45% têm insônia devido aos problemas; 35% perdem o foco durante o trabalho; 25% resolvem pendências pessoais durante o trabalho; 25% ficam mal-humoradas e se desentendem com a família e 14% ficam de mau humor e impacientes com os colegas ao longo do dia.
De acordo com o MEC, a partir de 2020 as escolas têm que ensinar a educação financeira no ensino infantil e fundamental, ou seja, a partir dos 4 anos de idade. Um movimento contrário ao que aconteceu com as gerações passadas.
Diante desses dados, não podemos negar que a educação financeira é extremamente importante e tem que ser ensinada desde cedo, em casa e na escola. Na escola, o MEC já deu o passo inicial, agora somos nós, pais, que temos que fazer a nossa parte.
Existe uma vertente em que não devemos dar a mesada aos filhos, pois se acostumam a ganhar o dinheiro sem fazer algum esforço. O que não tiro a razão. Porém, existem alguns períodos da vida em que os filhos ainda precisam de dinheiro para comprar o lanche da escola ou vão ganhar dinheiro dos avós e não saberão o que fazer com ele.
A mesada como uma ferramenta para ensinar educação financeira.
A mesada não deve ser dada só por dar. Ela deve ser um instrumento de aprendizado. Ela deve ser ajustada à realidade do filho, por exemplo: para comprar o lanche na escola por 2 dias da semana. Dessa forma, a criança já começa a ter noção do dinheiro, do papel ou moeda e o valor das coisas.
O ideal é definir o valor junto a criança para ela se sentir parte da definição do valor e os motivos, já dando uma noção de orçamento.
Exemplo: R$ 20,00 por semana, sendo R$ 15,00 para gastos na cantina da escola, R$ 2,00 para uma poupança para a conquista de um sonho como comprar uma bola, por exemplo, R$ 2,00 para uma poupança como reserva de emergência e R$ 1,00 para doação.
Mas Evandro, o que é reserva de emergência?
É uma reserva que devemos ter o hábito desde pequenos para emergências. Sempre haverá imprevistos em nossa vida, então sempre devemos ter essa reserva. A pandemia é um exemplo recente.
E para quê doação?
Para a criança começar a ter a noção de que também pode ajudar os outros, a quem necessita, fazendo o bem.
Mas não fica só nisso, os pais têm que acompanhar esses gastos, pois os filhos têm que gastar, têm que saber comprar, ver o que está caro e o que está barato e acompanhar os preços dos produtos da cantina. Nós pais podemos dar noções de alimentos saudáveis para eles terem o discernimento de qual produto comprar pensando no seu benefício, assim começarão a entender o valor de um produto, pois vai muito além do preço pago.
Dessa forma, os filhos terão noção do que é o orçamento e a sua execução. E aprenderão sobre fluxo de caixa, pois durante a semana poderão acompanhar e administrar a entrada e a saída do dinheiro para saber se vai dar ou não para cumprir o orçamento. Vão aprendendo a comprar e negociar sempre que tiverem uma oportunidade. Aprendem a pensar em uma poupança para a conquista de um sonho, uma poupança para um reserva de emergência e a pensar no próximo, quando estão doando.
Assim, eles começam a ter as primeiras noções sobre a inteligência financeira.
Mas claro, nós, pais, sempre seremos a referência, o exemplo. Tudo o que falarmos, temos que cumprir, pois uma das melhores formas de ensinar, é pelo exemplo.
E aí? Quais foram as suas conclusões? Deixe aqui nos comentários.
Um abraço e até o nosso próximo artigo!
Evandro Conti
Eu S/A Escola de Empreendedorismo