A mesada é um dos temas que mais geram dúvidas entre pais e mães. Afinal, dar ou não dar dinheiro aos filhos? Mais do que uma simples questão de costume, a mesada pode se tornar uma ferramenta poderosa para ensinar educação financeira.
A educação financeira deveria ser tão fundamental quanto português e matemática. Ela nos acompanha por toda a vida, desde a infância, quando aprendemos o valor das coisas, até a fase adulta e a aposentadoria. Crianças pequenas, por exemplo, muitas vezes veem o caixa eletrônico como uma “máquina de fazer dinheiro”, sem compreender o esforço por trás de cada nota. Essa falta de percepção pode levar a um consumo descontrolado e, na vida adulta, ao endividamento.
Dados do Banco Central revelam que 78% das famílias brasileiras estão endividadas, com 22% delas em atraso nas dívidas. Esse cenário impacta diretamente a produtividade no trabalho e a saúde mental, com o estresse financeiro superando problemas de saúde e família como principal preocupação.
Países como Finlândia, Suécia e Dinamarca, líderes em educação, já colhem os frutos de terem incluído a educação financeira em suas grades curriculares há muito tempo. No Brasil, o MEC (Ministério da Educação e Cultura) tornou a educação financeira obrigatória nas escolas desde 2020, mas ainda engatinhamos na implementação. Por isso, a responsabilidade de ensinar finanças recai, em grande parte, sobre os pais.

17 Lições Que a Mesada Ensina
Quando bem orientada, a mesada (ou semanada) se torna um verdadeiro laboratório de finanças. Eis 17 aprendizados essenciais:
- Planilha Financeira: Ensine seu filho a organizar ganhos e despesas, seja em papel ou em planilhas gratuitas como o Google Planilhas.
- Fluxo de Caixa: Ajude-o a projetar gastos e receitas para a semana, quinzena ou mês, garantindo que o dinheiro dure até a próxima entrada.
- Orçamento (Previsto vs. Realizado): Com base no fluxo de caixa, ele aprende a prever gastos e a ajustar seu consumo quando necessário.
- Pesquisar Preços: Incentivando a pesquisa antes da compra, ele compreende o valor das coisas e aprende a economizar.
- Investir: Comece com valores pequenos (R$10 já são suficientes em alguns investimentos) para que ele veja o dinheiro render e entenda o conceito de juros compostos a seu favor.
- Doar: Separe uma parte da mesada para doações, ensinando empatia, solidariedade e a importância de ajudar o próximo.
- Reserva de Emergência: Explique a necessidade de ter um dinheiro guardado para imprevistos, algo fundamental para a vida adulta.
- Reserva para Sonhos/Futuro: Incentive-o a poupar para conquistar objetivos de longo prazo, como comprar um brinquedo específico ou algo mais caro.
- Poupar: O ato de guardar dinheiro semanalmente ou mensalmente desenvolve o hábito de poupar.
- Economizar: Ao pesquisar e encontrar preços melhores, ele pratica a economia de forma consciente.
- Pague-se Primeiro: Ensine a importância de separar uma parte do dinheiro para si mesmo (investimento em conhecimento, reservas), antes de gastar.
- Aposentadoria: Plante a semente do planejamento de longo prazo, mostrando que pensar no futuro financeiro é essencial.
- Planejamento: Ele aprenderá a planejar como vai gastar sua mesada para que ela dure e como poupar para alcançar seus objetivos.
- Autonomia e Responsabilidade: Com o próprio dinheiro, seu filho toma decisões e aprende a ser responsável por suas escolhas.
- Dinheiro no Tempo: Explique como a inflação afeta o poder de compra e como o dinheiro pode render ao longo do tempo.
- Inflação: Utilize exemplos práticos, como o aumento do preço de um lanche na escola, para que ele compreenda o conceito de inflação.
- Juros: Mostre como os juros podem trabalhar a favor de quem investe e contra quem pega empréstimos.

Como Aplicar a Mesada de Forma Inteligente
Cada família pode adotar o modelo que fizer mais sentido para sua realidade. Uma sugestão prática é dividir a mesada em três partes:
- Gastar: para que a criança entenda o processo de compra.
- Poupar/Investir: dividir entre reserva de emergência e reserva para sonhos.
- Doar: desenvolver consciência social, seja em dinheiro, brinquedos ou roupas.
Mais importante do que o valor em si é o acompanhamento dos pais. A mesada não deve ser vista como recompensa por tarefas domésticas ou notas escolares (que são responsabilidades naturais), mas como ferramenta de aprendizado. Atividades extras, como vender brigadeiros ou desenhos, podem complementar o aprendizado com noções de lucro e empreendedorismo.
A mesada não é apenas sobre dar dinheiro. É uma ferramenta educativa, capaz de ensinar autonomia, responsabilidade e consciência financeira. Quando usada com propósito, ela prepara crianças e adolescentes para uma vida adulta mais equilibrada, menos endividada e mais consciente.
Ensinar educação financeira é plantar uma semente que dará frutos por toda a vida. E a mesada pode ser o solo fértil perfeito para isso.
E a educação financeira é um dos 5 pilares do nosso ensino, aqui, na Eu S/A Escola de Empreendedorismo, para desenvolvermos alunos protagonistas da própria vida e que transformem sonhos em realidade através de habilidades e conhecimentos essenciais para a vida.
Espero por você no nosso próximo encontro.
Um abraço e obrigado!
Evandro Conti
Eu S/A Escola de Empreendedorismo
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