Proteja sua família das bets e jogos de azar

Hoje a nossa conversa é muito séria! Ela é sobre as casas de apostas, as bets, e jogos de azar que estão arrasando com famílias inteiras tanto no lado financeiro quanto no lado psicológico, pois o vício em apostas e nos jogos de azar dominam o cérebro das pessoas. E o pior! Não somente com os adultos, mas também com as crianças e adolescentes também!

Então vem com a gente neste papo sério para discutir sobre o tema e como evitar de cair nessas ciladas que são as bets (apostas) e jogos de azar! Fique conosco até o final e ainda daremos 5 dicas de como afastar seus filhos das bets e jogos de azar.

Primeiro vamos diferenciar as bets dos jogos de azar.

As bets ou apostas estão relacionadas a jogos esportivos, então você aposta em qual o time que vai ganhar, por exemplo.

E os jogos de azar estão relacionados aos jogos on-line em que você não tem o domínio do jogo, pois depende ou do outro jogador do outro lado, se é que tem um jogador do outro lado, ou da “sorte” de um jogo de roleta, por exemplo. Você aposta se vai dar um número específico e daquela cor e a roleta eletrônica joga a bolinha e deixa a “sorte” rolar e ver o resultado. Claro que o jogo estará manipulado para eles ganharem mais!

No caso das bets, a casa, que é a empresa que organiza, ganha uma taxa de administração, então você ganhando ou perdendo, ela ganha do mesmo jeito. No caso dos jogos de azar pode ter a taxa de administração e ainda eles podem ficar com o seu dinheiro da aposta e você pode até endividar.

Por isso que todas essas empresas, as bets e jogos de azar, ganham tanto dinheiro e estão dominando o mundo. É propaganda em tudo o que é lugar, não é mesmo?

Acontece que no cérebro, os efeitos desses jogos de azar são semelhantes aos obtidos com as drogas. São ativados os sistemas de recompensa e a sensação de prazer com a liberação de hormônios como a dopamina. Com isso, os apostadores e jogadores não querem parar mais.

E as apostas virtuais mexem com emoções e crenças que ganham reforço social e criam ilusões nos apostadores, geralmente homens jovens. Segundo a psicóloga Elizabeth Carneiro, “Eles são influenciados por amigos ou familiares e acreditam que as vitórias são mais determinadas por habilidades, estratégias e conhecimento do que pelo acaso. São distorções cognitivas.”

Por isso que tanto os jogos de azar e as bets se tornaram vícios, pois mexem com o psicológico dos apostadores.

Agora que vocês entenderam como funcionam as bets e os jogos de azar, e como eles viciam os apostadores, vamos ver as consequências disto, isto é, o estrago nas famílias.

De acordo com a Febraban que é a Federação Brasileira dos Bancos. Mais de 85% das pessoas que fazem apostas online estão endividadas. Isto é, na esperança de conseguir algum dinheiro “fácil” para pagar as dívidas, elas gastam o que já não tem para fazer apostas. Elas têm que entender que poucos, muito poucos ganham e que a grande maioria perde o dinheiro.

Vejam outra consequência! Segundo pesquisa feita pelo Datafolha, as apostas comprometem até 20% do orçamento livre todos os meses das classes C, D e E, que são as que mais apostam! Sendo que conseguem recuperar em média 10% do valor gasto. Percebem como é jogar dinheiro fora?

Para entender melhor, este orçamento livre é o que sobra depois de ter pagado itens essenciais como saúde, moradia e alimentação que, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), dá em média 22% do salário mínimo. Isto é, se uma pessoa recebe um salário mínimo de R$ 1.412,00 em 2024, 22% é o que sobra depois de ter pagado as principais contas. Estamos falando de R$ 312,00, sendo que 20% deste valor, isto é, R$ 62,00 gastam em apostas para ter um retorno médio de R$ 6,20. Jogam fora, R$ 56,00 do dinheiro que já é curto e muito suado.

Por isso é muito importante você ter um orçamento doméstico e segui-lo à risca para acompanhar onde está sendo gasto o que você recebe e a quantidade. Seja focado e disciplinado no seu orçamento e não dê espaço para apostas e jogos de azar e, assim, ficará longe de problemas em sua vida e para a família.

Os truques para atrair o consumidor vão além da publicidade. A maioria das bets e caça níqueis, por exemplo, oferecem crédito gratuito para começar a jogar. A primeira fisgada vem acompanhada de um prêmio e a promessa de ganhos maiores. Até que, em determinado momento, a pessoa começa a perder, mas vai sendo estimulada a ir adiante para recuperar o dinheiro e ter lucro. Só que não consegue recuperar.

E o lado psicológico?

Em 1980, o vício em jogos apareceu pela primeira vez como um transtorno impulsivo na terceira edição do Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM), a maior referência na área. Na quinta edição, publicada em 2013, foi classificado como uma dependência. Ainda que não haja nenhum composto químico envolvido, os jogos de azar atuam no cérebro de maneira semelhante aos vícios em álcool e outras drogas.

O DSM estima que até 0,3% da população mundial sofra com esse problema: são 24 milhões de pessoas.

Mudanças de comportamento, gastos injustificáveis, endividamento e mentiras são alguns sinais de que algo não vai bem e que devem chamar a atenção de familiares e pessoas próximas. Fique atento a episódios de venda de pertences, roubo e até fuga de casa.

Segundo Hermano Tavares, Coordenador do Programa Ambulatorial do Jogo Patológico do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, identificada a dependência, a terapia cognitivo-comportamental é a principal abordagem a ser adotada para dar suporte ao paciente e ajudá-lo a fazer um manejo da necessidade de jogar, treinar habilidades para resistir aos impulsos, fazer a prevenção de recaídas e não sucumbir caso elas ocorram.

E agora a parte que nós, pais e mães, devemos ficar muito atentos!

Infelizmente as bets e jogos de azar chegaram até as crianças e adolescentes. Bets e jogos de azar atraem crianças e adolescentes afrontando as leis.

Eles fazem anúncios coloridos, engraçadinhos que saltam aos olhos das crianças. Para os amantes do futebol, e aí falamos de crianças, adolescentes e adultos, fazem propagandas nas camisas dos times e nos campeonatos de futebol.

É difícil controlar o celular dos filhos, mas é necessário saber por onde ele anda no mundo da internet. Utilize o programa do celular de controle para menores de idade com a finalidade de você acompanhar e até restringir por onde o seu filho anda na internet.

Através de jogos on-line são feitas diversas propagandas das bets e dos jogos de azar. Até influenciadores mirins já estão vendendo os jogos de azar para o seu público, também mirim. Um dos jogos mais famosos é aquele famigerado que tem o nome de um bichinho.

Fique atento em relação a alguns sintomas do seu filho como redução no desempenho escolar e da saúde mental.

Se o seu filho tem uma semanada, ou mesada, ou se já tem uma renda, ou um montante guardado, acompanhe onde ele está gastando. Pode ser que esteja gastando grande parte e até ficando endividado! Fique atento!

Vejam este relato do Gabriel, nome fictício para preservá-lo.

Quanto mais prejuízo no Jogo do “Bichinho”, mais vontade de apostar Gabriel, de 16 anos, tinha. “Quando eu perdia, acordava querendo jogar para tentar recuperar. Isso não é bom, você se vicia”, conta. “Eu ganho R$ 50 por dia fazendo um bico de descarregamento de carga de caminhão. Cheguei a perder 400 reais – o equivalente a oito dias de trabalho – em uma hora.” Recentemente, o adolescente parou de jogar. Além de se arrepender dos meses que passou apostando e não incentiva ninguém a jogar.

Apesar de ter bastante gente jogando na escola, Gabriel diz que nunca jogou lá porque preferia estar em um ambiente “sozinho e silencioso”. Mas essa não é a realidade de um aluno do 1º ano do ensino médio que, na primeira quinzena do mês, já tinha gastado mais de R$ 1.000 com o Jogo do “Bichinho”, como relata o professor de Gabriel. “Ao questionar se os pais não o controlavam, ele contou que a mãe gastava mais do que ele no jogo”.

É o que sempre falamos aqui, “Nós, pais e mães, somos os exemplos para os filhos”!

Segundo um estudo da Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), 22% dos adolescentes entrevistados afirmam que apostaram em jogos de azar pela primeira vez aos 11 anos ou menos e 78% começaram aos 12 anos ou mais. Então, pais, fiquem atentos!

Trouxe a vocês o que a psicóloga Bianca Orrico, doutora em Estudos da Criança, recomenda para se prevenirem em relação aos jogos de azar e as bets com os filhos de vocês, e que achei muito pertinente:

1 – Ouvir a criança ou o adolescente sobre suas experiências com os jogos e sobre o que eles conhecem sobre o tema.

2 – Estabelecer o diálogo de forma amigável e acessível para criar um vínculo de confiança, evitando a linguagem punitiva, que faça com que a criança não queira mais conversar ou acredite que “vá levar uma bronca”, por exemplo.

3 – Associar a preocupação ao aspecto viciante dos jogos, ressaltando a importância de haver equilíbrio. Uma forma de explicar o vício é comparar a algo “que a gente gosta tanto que não quer parar de fazer”. Então, embora pareçam divertidos, lúdicos e interativos, esses jogos podem se tornar algo prejudicial para o desenvolvimento delas.

4 – Perguntar se os influenciadores que a criança ou o adolescente segue divulgam esse tipo de jogo e reforçar que essa não é uma prática saudável.

5 – Mostrar que as ações realizadas na internet têm efeitos práticos, podendo inclusive haver prejuízo monetário. Vale também esclarecer que, ao utilizar o cartão de crédito dos pais para um compra, mesmo que não se possa ver o dinheiro, há despesas que precisarão ser pagas.

Tema muito importante, concordam! Vamos conversar com os filhos e alunos?

E este tema está relacionado a dois de nossos eixos de conteúdo aqui na Eu S/A Escola de Empreendedorismo para crianças e adolescentes que é a educação financeira e aspectos socioemocionais.

Espero pelos seus comentários para trocarmos ideias.

Obrigado e até o nosso próximo encontro!

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